• Assistencia ao cancer entre criancas e adolescentes: mapeamento dos fluxos origem-destino no Brasil Prática de Saúde Pública

    Grabois, Marilia Fornaciari; de Oliveira, Evangelina X G; Sa Carvalho, Marilia

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Analisar os fluxos de viagens de crianças e adolescentes com câncer, entre os locais de residência e serviço de saúde. MÉTODOS: Foram analisados os fluxos de viagens de crianças e adolescentes com câncer entre os locais de residência e de serviço de saúde atendidos no Sistema Único de Saúde (SUS), de 2000 a 2007. A unidade de análise foi a regional de saúde. Utilizou-se o sistema de informações geográficas e metodologia de redes por tipo de tratamento recebido (quimioterapia e radioterapia) e internações hospitalares. RESULTADOS: Foram emitidas 465.289 autorizações de quimioterapia, 29.151 de radioterapia e 383.568 de internações hospitalares de crianças e adolescentes com diagnóstico de câncer para tratamento no SUS. O fluxo dominante formou 48 redes para quimioterapia, 53 para radioterapia e 112 para internações hospitalares. A maior parte do volume de atendimento ocorreu nas regionais de saúde das 12 maiores metrópoles do País com grande relacionamento entre elas e extensa área de influência direta acompanhando a estrutura da rede urbana brasileira. CONCLUSÕES: A identificação das redes estabelecidas no âmbito do SUS para o atendimento de crianças e adolescentes com câncer mostra que a maioria dos pacientes está contemplada pelas redes estruturadas. Cerca de 10% das viagens ocorrem fora do fluxo dominante, indicando a necessidade de regionalização alternativa. Os resultados evidenciam a importância do planejamento da distribuição dos serviços de acordo com as necessidades da população usuária.

    Resumo em Espanhol:

    OBJETIVO: Analizar los flujos de viajes de niños y adolescentes con cáncer, entre locales de residencia y servicio de salud. MÉTODOS: se analizaron los flujos de viajes de niños y adolescentes con cáncer entre los locales de residencia y el servicio de salud del Sistema Único de Salud (SUS), de 2000 a 2007. La unidad de análisis fue la regional de salud. Se utilizó el sistema de informaciones geográficas y metodología de redes por tipo de tratamiento recibido (quimioterapia y radioterapia) e internaciones hospitalarias. RESULTADOS: Se emitieron 465.289 autorizaciones de quimioterapia, 29.151 de radioterapia y 383.568 de internaciones hospitalarias de niños y adolescentes con diagnóstico de cáncer para tratamiento en el SUS. El flujo dominante formó 48 redes para quimioterapia, 53 para radioterapia y 112 para internaciones hospitalarias. La mayor parte del volumen de asistencia ocurrió en las regionales de salud de las 12 mayores metrópolis del país con gran relacionamiento entre ellas y extensa área de influencia directa acompañando la estructura de la red urbana brasileña. CONCLUSIONES: La identificación de las redes establecidas en el ámbito del SUS para la atención de niños y adolescentes con cáncer muestra que la mayoría de los pacientes está contemplada por las redes estructuradas. Cerca de 10% de los viajes ocurren fuera del flujo dominante, indicando la necesidad de regionalización alternativa. Los resultados evidencian la importancia de la planificación de la distribución de los servicios de acuerdo con las necesidades de la población usuaria.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: To analyze fl ows of travel between place of residence and health care services by children and adolescents with cancer. METHODS: The flows of travel between place of residence and the health care service for children and adolescents receiving care in Brazil’s Unifi ed Health System (SUS) were monitored between 2000 and 2007. The unit of analysis was the health care district. The geographical information system data and network methodology, by type of treatment received (chemotherapy and radiotherapy) and hospital admissions were used. RESULTS: The SUS made 465,289 authorizations for chemotherapy, 29,151 for radiotherapy and 383,568 for hospital admissions for the treatment of children and adolescents with a diagnosis of cancer. The dominant fl ow formed 48 networks for chemotherapy, 53 for radiotherapy and 112 for hospital admissions. Most of the volume of treatment occurred in the health districts of Brazil’s 12 largest cities (with strong links between them and each having an extensive area of direct infl uence accompanying the structure of the Brazilian urban system. CONCLUSIONS: Identifying the networks formed by utilization of SUS facilities providing care for children and adolescents with cancer shows that overall most patients are covered by the existing networks. However, about 10% of travel occurs outside the dominant structure, indicating the need for alternative regionalization. These results show the importance of planning the distribution of services to meet the population’s needs.
  • Mortalidade infantil evitavel e barreiras de acesso a atencao basica no Recife, Brasil Prática de Saúde Pública

    Vanderlei, Lygia Carmen de Moraes; Navarrete, Maria Luisa Vazquez

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Analisar os fatores que influenciam na mortalidade infantil evitável na perspectiva dos protagonistas envolvidos. MÉTODOS: Estudo qualitativo crítico-construtivista de análise do acesso das crianças à atenção e à mortalidade infantil evitável por ações e serviços no Distrito Sanitário I do Recife, PE, entre fevereiro de 2007 e fevereiro de 2008. Desenhou-se amostra teórica em duas etapas: I) instituições prestadoras de serviços de saúde infantil; II) informantes: gestores (11); profissionais da Estratégia de Saúde da Família e do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (48); profissionais das policlínicas (12), mães (20), com tamanho definido por saturação dos discursos. Foram realizadas entrevistas individuais semiestruturadas e estudo de caso de óbito infantil evitável. Utilizou-se análise temática de conteúdo com geração mista de categorias (emergentes e roteiro). RESULTADOS: Houve posições de conflito entre grupos de atores, refletindo o papel desempenhado na rede assistencial. Os participantes institucionais relacionavam os óbitos infantis à ausência/má divulgação das políticas de saúde infantil e das ações intersetoriais; profissionais e mães destacaram dificuldades de acesso por insuficiência global de recursos, principalmente a falta de médicos na Estratégia de Saúde da Família, deslocando a assistência para enfermeiras. Ausência de médicos, rechaço às doenças agudas, atenção desumanizada e/ou de má qualidade técnica foram os principais fatores relacionados aos óbitos pelas mães. Os participantes da Estratégia de Saúde da Família, do Programa de Agentes Comunitários de Saúde e mães identificaram a condição de exclusão social e negligência materna com os óbitos enquanto o estudo de caso de óbito mostrou sua associação à baixa qualidade da atenção ofertada. CONCLUSÕES: Numerosas barreiras de acesso apontam a insuficiente implantação do Sistema Único de Saúde e falta de resolubilidade da principal porta de entrada, a Estratégia de Saúde da Família. Melhorias dos fatores estruturais e organizacionais da oferta são necessárias, sobretudo mecanismos de incentivo à contratação de médicos para a Estratégia de Saúde da Família e de formação/capacitação profissional da equipe compatível com o modelo de atenção para o cumprimento das políticas de atenção à saúde da criança e prevenção das mortes infantis evitáveis.

    Resumo em Espanhol:

    OBJETIVO: Analizar los factores que influencian en la mortalidad infantil evitable en la perspectiva de los protagonistas involucrados. MÉTODOS: Estudio cualitativo crítico-constructivista de análisis del acceso de los niños a la atención y la mortalidad infantil evitable por acciones y servicios en el Distrito Sanitario I de Recife, PE, entre febrero de 2007 a febrero de 2008. Se diseñó una muestra teórica en dos etapas: I) instituciones prestadoras de servicios de salud infantil; II) informantes: gestores (11); profesionales = 60 (de la Estrategia de Salud de la Familia y del Programa de Agentes Comunitarios de Salud, 48; y profesionales de las policlínicas, 12); madres (20), con tamaño definido por saturación de los discursos. Se realizaron entrevistas individuales semi-estructuradas y estudio de caso de óbito infantil evitable. Se utilizó análisis temático de contenido con generación mixta de categorías (emergentes y rutina). RESULTADOS: Hubo posiciones de conflicto entre grupos de actores, reflejando el papel desempeñado en la red asistencial. Los participantes institucionales relacionaban los óbitos infantiles con la ausencia/mala divulgación de las políticas de salud infantil y de las acciones intersectoriales; profesionales y madres destacaron dificultades de acceso por insuficiencia global de recursos, principalmente la falta de médicos en la Estrategia de Salud de la Familia, trasladando la asistencia a las enfermeras. Ausencia de médicos, rechazo de las enfermedades agudas, atención deshumanizada y/o de mala calidad técnica fueron los principales factores relacionados con los óbitos por las madres. Los participantes de la Estrategia de Salud de la Familia, del Programa de Agentes Comunitarios de Salud y madres identificaron la condición de exclusión social y negligencia materna con los óbitos mientras el estudio de caso de óbito mostró su asociación con la baja calidad de atención ofertada. CONCLUSIONES: Numerosas barreras de acceso señalan la insuficiente implementación del Sistema Único de Salud y falta de resolución de la principal puerta de entrada, la Estrategia de Salud de la Familia. Mejorías de los factores estructurales y de organización de la oferta son necesarias, principalmente mecanismos de incentivo a la contratación de médicos para la Estrategia de Salud de la Familia y de formación/capacitación profesional del equipo compatible con el modelo de atención para el cumplimiento de las políticas de atención a la salud del niño y prevención de las muertes infantiles evitables.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: Analyze the factors infl uencing avoidable infant mortality from the perspective of the protagonists involved. METHODS: Qualitative study with a critical-constructivist approach, examining children’s access to health care and avoiding preventable infant mortality through health care campaigns and services in Health District I of Recife, Northeastern Brazil, between February 2007 and February 2008. The theoretical sample was designed in two stages: I) institutions providing health services to children; II) interviewees: managers (11); professionals from the Family Health Strategy and Programme of Community Health Workers (48); and from outpatient clinics (12); mothers (20), with sample size defi ned by “saturation of the speeches”. Data was collected using individual semistructured interviews and case studies of avoidable infant death. Thematic content analysis was used, generating mixed categories (emerging and scripted). RESULTS: There were perceived to be confl icting positions between different stakeholder groups refl ecting their role in the care network. All institutional participants related infant deaths to the absence/poor dissemination of child health policies and inter-sectoral actions; professionals and mothers highlighted diffi culties in accessing health care due to insuffi cient global resources, especially the lack of doctors in Family Health Strategy, shifting health care to nurses. Lack of doctors, acute diseases rejection, and dehumanized and/or poor technical quality care were the main factors which the mothers related to deaths. Family Health Strategy participants from the Programme of Community Health Workers and mothers identifi ed the condition of social exclusion and maternal neglect with deaths, but the case study of death revealed the association with lower quality of care offered. CONCLUSIONS: Numerous barriers to access indicate insuffi cient the Brazilian Unifi ed Health System implementation and lack of resolution of the main access route, the Family Health Strategy. The results indicate the need for improvement of structural and organizational factors of supply, with emphasis on mechanisms to stimulate the recruitment of doctors for the Family Health Strategy professional training of all staff consistent with the model of care to comply with health care policies for children and avoiding preventable infant mortality.
  • Gastos publicos com medicamentos para o tratamento da osteoporose na pos-menopausa Prática de Saúde Pública

    Brandao, Cristina Mariano Ruas; Ferre, Felipe; Machado, Gustavo Pinto da Matta; Guerra Junior, Augusto Afonso; Andrade, Eli Iola Gurgel; Cherchiglia, Mariangela Leal; Acurcio, Francisco de Assis

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Analisar os gastos com medicamentos para o tratamento da osteoporose na pós-menopausa e os fatores associados ao gasto médio per capita . MÉTODOS: Pareamento probabilístico-determinístico a partir das bases das Autorizações de Procedimentos de Alta Complexidade com o Sistema de Informação sobre Mortalidade, resultando em coorte histórica de pacientes que utilizaram medicamentos de alto custo para o tratamento da osteoporose na pós-menopausa de 2000 a 2006. O gasto médio mensal com medicamentos foi estratificado por faixas etárias e descrito de acordo com as características demográficas, clínicas e tipo de medicamento utilizado. Foi utilizado modelo de regressão linear para avaliar o impacto de características demográficas e clínicas sobre o gasto médio mensal per capita com os medicamentos. RESULTADOS: Foram identificadas 72.265 mulheres que receberam medicamentos para o tratamento da osteoporose na pós-menopausa. O gasto médio mensal per capita no primeiro ano de tratamento foi de R$ 90,00 (dp R$ 144,49). A maioria das mulheres tinha de 60 a 69 anos de idade, iniciaram tratamento em 2000, eram residentes na região Sudeste, tinham fraturas osteoporóticas prévias e o alendronato de sódio foi o medicamento mais utilizado no início do tratamento. A maioria das pacientes permaneceu em uso do mesmo princípio ativo durante o tratamento. Foram identificados 6.429 óbitos entre as participantes. Mais de um terço das mulheres permaneceram no programa por até 12 meses. Raloxifeno e calcitonina sintética foram as alternativas com maior impacto sobre o gasto médio mensal com medicamentos, tendo como padrão de referência o alendronato de sódio. CONCLUSÕES: Dado o alto impacto do tipo de medicamento utilizado no gasto com medicação, recomenda-se estabelecer critérios para prescrição e dispensação, com prioridade para aqueles com menores custos e maior efetividade. Isso pode otimizar o processo de assistência farmacêutica e a provisão de maior número de unidades farmacêuticas à população.

    Resumo em Espanhol:

    OBJETIVO: Analizar los gastos con medicamentos para el tratamiento de la osteoporosis en la post-menopausia y los factores asociados al gasto promedio per cápita. MÉTODOS: Pareamiento probabilístico-deterministico a partir de las bases de las Autorizaciones de Procedimientos de Alta Complejidad con el Sistema de Información sobre Mortalidad, resultando en cohorte histórica de pacientes que utilizaron medicamentos de alto costo para el tratamiento de la osteoporosis en la post-menopausia de 2000 a 2006. El gasto promedio mensual con medicamentos fue estratificado por grupos etarios y descrito de acuerdo con las características demográficas, clínicas y tipo de medicamento usado. Se utilizó modelo de regresión linear para evaluar el impacto de las características socio demográficas y clínicas sobre el gasto promedio mensual per cápita con los medicamentos. RESULTADOS: Se identificaron 72.265 mujeres que recibieron medicamentos para el tratamiento de la osteoporosis en la post-menopausia. El gasto promedio mensual per cápita en el primer año de tratamiento fue de R$ 90,00 (de R$ 144,49). La mayoría de las mujeres tenía de 60 a 69 años de edad, iniciaron tratamiento en 2000, eran residentes en la región Sureste, tenían fracturas osteoporóticas previas, y el alendronato de sodio fue el medicamento más utilizado en el inicio del tratamiento. La mayoría de los pacientes permaneció en uso del mismo principio activo durante el tratamiento. Se identificaron 6.429 óbitos entre las participantes. Más de un tercio de las mujeres permanecieron en el programa por 12 meses. Raloxifeno y calcitonina sintética fueron las alternativas con mayor impacto sobre el gasto promedio mensual con medicamentos, teniendo como patrón de referencia el alendronato de sodio. CONCLUSIONES: Dado el alto impacto del tipo de medicamento utilizado en el gasto por parte del SUS, se recomienda establecer criterios para prescripción y dispensación, priorizando aquellos con menores costos y mayor efectividad. Esto puede optimizar el proceso de asistencia farmacéutica y la provisión de mayor número de unidades farmacéuticas para la población.

    Resumo em Inglês:

    OBJECTIVE: To analyze expenditure on treatment for postmenopausal osteoporosis and associated factors on mean per capita expenditure. METHODS: A probabilistic-deterministic linkage between the database of Authorizations for Highly Complex Procedures and the mortality information system was constructed, resulting in a historical cohort of patients using high-cost medications for the treatment of postmenopausal osteoporosis, between 2000-2006. Mean monthly spending on medicines was stratified by age group and described according to demographic and clinical characteristics and the type of drug used. A linear regression model was used to assess the impact of demographic and clinical characteristics on per capita mean monthly expenditure on medicines. RESULTS: We identified 72,265 women who received drugs for the treatment of postmenopausal osteoporosis. The average monthly expenditure per capita in the first year of treatment was $ 54.02 (sd $ 86.72). The population was predominantly composed of women aged 60-69 years old, who had started treatment in 2000, resident in the Southeast of Brazil, who had previously suffered osteoporotic fractures, and Alendronate sodium was the drug most commonly used at baseline. For most of the patients, the same active ingredient remained in use throughout the treatment period. During the program, 6,429 deaths were identified among participants. More than a third of women remained in treatment for up to 12 months. Raloxifen and calcitonin were the therapeutic alternatives with the greatest impact on the average monthly expenditure on medicine using alendronate sodium as a reference standard. CONCLUSIONS: Due to the high impact of the type of drug used on expenditure on medication, it is recommended that criteria for prescribing and dispensing be established by prioritizing those with lower costs and greater effectiveness in order to optimize the process of pharmaceutical care and provide the population with a greater number of pharmaceutical units.
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